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Ser uma coisa só

  • Tathi Pio
  • 3 de mar. de 2020
  • 1 min de leitura

Martim dormiu, Crianças e marido na pracinha, almoço pronto. E agora bate a ansiedade. O que eu vou fazer agora? Como aproveitar alucinadamente esse tempo raro e único de solo no palco de casa? Logo pensei em limpar a casa, arrumar a bagunça do quarto, escutar música ou cantar alto. Mas tudo isso faria acordar Martim. Desisti. Pensei em ler a bíblia e rezar um pouco. Mas a ansiedade pelas inúmeras demandas da casa eram tantas que não consegui me concentrar… Coloquei umas roupas pra lavar, respondi umas mensagens do celular… foi quando ouvi o chorinho baixinho do Martim no quarto.

Por incrível que pareça, o fato do Martim ter acordado me trouxe grande alegria. Enfim soube estar fazendo o que eu deveria fazer naquele momento, acolher o pequenino. Mas a constatação da minha insegurança de ser ativa na minha vida ao invés de apenas reativa da vida de meus filhos e marido me assustou. Será que não sei mais viver pra mim?

Mesmo assim aproveitei a alegria de vê-lo e abracei-o demoradamente. Eu me sentia no meu lugar. Não sabia quem estava no colo de quem ali.

Levei-o pra sala e sem pensar liguei som, tirei o CD de música de criança e coloquei um CD antigo que amo, coloquei volume alto e enquanto dançava com meu pequeno, cantava alto.

Num giro de valsa vi o olhar de Jesus no painel que temos na sala. Chorei largado, sem precisar esconder ou silenciar.

Um choro de encontro.

Deus escolheu o que minha alma precisava naquele momento. Não deixar uma coisa pra ter outra.

Tathi esposa, mãe e filha de Deus se tornaram deliciosamente uma coisa só.


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