Amor ignorante

Quero ser portadora de um amor ignorante.

Que ignora fatos e não faz julgamentos.

Quero um amor que não raciocina diante da dor do outro, buscando o certo ou errado. Quero acolher. Ser o colo permanente e de prontidão.

Quero aprender amar, vazia de mim. Dos meus ‘achismos’. Livre das impurezas do meu olhar.

Quero ser canal oco do amor de Deus.

Limpa, fluida, certeira.

Quero ter o amor nos olhos e não o julgamento... ainda que o outro esteja certo.

Ou não. Tanto faz.

Quero amar com o mais puro amor, sem rotular dores e pessoas.

O puro amor é mais assertivo que minha balança racional.

Não sou juíza do que conheço ou muito menos desconheço.

Amor que julga, não é amor. É premiação ou delação... é narcisismo.

Deus que conhece todas as coisas nos ama com amor ignorante.

Sujeito ativo da minha oração tão transitiva...

Quero mesmo ser portadora de um amor como esse.

Deus nos livre de pensar se vale a pena, antes de amar.

(Essa é a oração que minha alma pediu hoje.)