“Mamããããe, eu te amooooo!”

Maria criou uma mania interessante.

Quando saímos todos para passear e por algum acaso ela está distante de mim com o pai ou outra pessoa, ela grita o mais alto que pode “Mamããããe, eu te amooooo!”

É lindo! Todos olham e devem imaginar “como essa mãe é amada”, “que filha linda”, que família feliz!

Mas essa mania dela exige uma resposta minha. Resposta rápida. Na verdade imediata para ela, no mínimo, parar de gritar os incansáveis “Mamããããe, eu te amoooo! Mamãaaaae eu te amooo!

Grito de volta, sorrio, aceno e mando beijo. Seja onde for. Quem me conhece sabe que para declarações de amor eu sou bem reservada. Deixo em função das mensagens e e-mails. Mas ali sou forçada a ser naturalmente expressiva e me percebo assustadoramente espontânea. Sem perceber o público enamorado que nos olha...

Não posso deixar minha filha sem saber que é amada. É desumano.

E por que muitas vezes deixo o mundo à minha volta sem expressão do meu amor? Isso é desumanidade...

Devagar reaprendo, filha. A amar tão espontaneamente como você.