Como dar a vida como Cristo

Cristo deu a vida por todos nós.

Isso aí. Pegou sua cruz, seguiu rumo ao calvário e morreu. Morreu mesmo. Ta certo que ele ressuscitou, mas pra isso precisou morrer de verdade. Parar de respirar, os batimentos cessarem... morrer.

Esse "entregar-se até o fim" de Cristo sempre me inquietou.

Mas...

e se ele fosse casado? Pai de família?

Não, não estou blasfemando. Estou tentando trazer esse “entregar-se até o fim” para dentro do contexto de uma pessoa casada, pai e mãe de família.

Dias atrás, preparando a formação para o nosso grupo de casais, essa inquietação ficou mais forte: Depois que me tornei mãe não consigo me imaginar dando a minha vida por qualquer pessoa. Sei a falta que eu faria a minha família se eu morresse. Estou apegada a minha vida e aos meus? Será que limitei o meu amor cristão?

Conversando, Gustavo chegou a bonita conclusão de que o chamado real era cada família se entregar por outra, pois quando casamos não existe mais o eu missionário, mas o nós missionário.

Se o homem sai pra pregar é porque a mulher ficou em casa segurando as pontas com as crianças. Se é ela que sai, é porque ele está nos bastidores dessa missão. As crianças quando pequenas também integram esse nós missionários, ajudando muito se não chorarem e não fizerem muita bagunça. Não há o que temer pois estaremos sempre e infalivelmente juntos.

A morte de cruz foi o auge do amor de Jesus por nós e nosso chamado hoje é também dar a vida... e dar a vida, não é necessariamente morrer. É dar presença. Gastar as energias vitais na total vontade de Deus.

Às vezes pensamos tanto que Jesus morreu por nós que esquecemos de que Ele viveu por nós. Viveu como nenhum outro homem viveu.

Sua morte precedeu sua ressurreição na terra.

Minha vida precede a minha ressurreição no céu.

Então me resta, como Ele, dar a vida.

Vivendo.

...pela humanidade contida na minha e nas outras famílias.

Ps.: Que a morte seja apenas uma continuação do nosso rotineiro "dar a vida".