top of page

Pequeno grãozinho*

  • Tathi Pio
  • 5 de jan. de 2017
  • 1 min de leitura

O poema abaixo foi escrito há 4 anos, quando tive um aborto poucos dias depois de saber que estava grávida. Grãozinho veio a vida pra fazer amar e depois se entregou ao seu Grande Amor.


Dizem que na dor as melhores poesias são escritas...

Não sei se paro por aqui

já que o que sinto agora não sei chamar de dor.


Sei chamar de vida, de esperança, de missão.

Sei chamar de paz inquieta

que move meu espírito

e força o repouso do meu corpo.

Tantos o amaram, tantos o amam.


Até a natureza responde

com o balançar das árvores.

O amor fluido do nosso bebê acendeu a humanidade.

É inexplicável.

Ele fez a máquina do amor girar,

criaturas amantes acenderam sua fornalha.


Criaturinha amada deu start nesse motor da existência

que dá sentido a nossa vida.

Que deu sentido a minha vida,

do Gustavo, Bel, Anninha...


Só sei chamar de alegria

essa dor insistente.

Só sei chamar de vida

aquilo que é aparentemente morte.


O novo surgiu aqui dentro.

Não somente em mim,

mas em todos que se deixaram afetar.


Tudo é um mistério...

e mergulhados nele, ficamos aqui,

na incompreensão da feliz espera.

Como o adeus sorridente

de um pequenino grãozinho de sal,

adentrando o mar.


Comentarios


POSTS RECENTES:
bottom of page