Amar e ensinar a amar
- Tathi Pio
- 3 de jan. de 2017
- 1 min de leitura
Sempre fui boa em me silenciar. Em guardar pra mim. Em suportar alguns desaforos. Era santo. Era belo. Era meu.
Tão meu, que excluía Deus. Achava que quanto menos conflitos tivesse nos relacionamentos, mais próximos estaria do outro. E quando os momentos conflitantes surgiam, eu acertava as contas com Deus, me purificando de todo pensamento ruim e tendências maldosas, sem pensar na santificação do outro - imaturo egocentrismo espiritual.
Mas o Gustavo me ajudou a entender que não me santifico sozinha. Que devo ensinar o outro a me amar, tendo o esforço de expor os meus limites, minha pequenez, minhas necessidades. Não é engolir seco, é alimentar o outro e a si mesmo com a integridade que carregamos.
Não é falar o que se quer, mas o que se sente, abrindo as vias para o tráfego do amor de ambos.
Alguém que se mostra inabalável não é espelho de Jesus que se fez totalmente de carne, chorava, se sensibilizava, tinha dúvidas, cansava e descansava, conversava sobre seus medos.
Sabe, acredito que não teríamos conhecido Jesus se fôssemos impecavelmente perfeitos. Ele não veio para os sãos. E, sinceramente, prefiro ter Jesus no nosso meio a alguém que tem o ilusório propósito de atingir a perfeição.
O caminho para Deus é o da pequenez. É nela que brota o amor.
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